Efluentes utilizados na mineração de carvão são tratados por meio de processos físico-químicos em Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), sendo reutilizados no ciclo ou, até, utilizados na agricultura
Preservação de mananciais, tratamento e reutilização da água e, em alguns casos, o fornecimento para agricultura, indústria local e comunidades fazem parte do dia a dia do Setor Carbonífero. A gestão sustentável dos recursos hídricos é base fundamental da atividade. Nesta sexta-feira (22) é celebrado o Dia Mundial da Água e as iniciativas do Carvão+ reforçam o compromisso das mineradoras com a sustentabilidade.
“Temos diversas iniciativas em nossas carboníferas que comprovam o compromisso do Setor Carbonífero com o meio ambiente e com a recuperação ambiental. Toda a água utilizada passa por um processo de tratamento, podendo ser reutilizada no ciclo ou voltar a natureza da forma como prevê a legislação ambiental”, explica o diretor técnico do Carvão+, Márcio Zanuz.
A água é parte do processo de beneficiamento do carvão. Posteriormente, ela passa pelo procedimento de tratamento através de filtro prensa, bacia de decantação e por processos físico-químicos em uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETEs). Podendo voltar ao ciclo do beneficiamento, retornar a natureza, entre outros.
“No ano de 2021, que é o último dado que nós temos de monitoramento editado, as empresas, em conjunto, trataram 6 milhões e 200 mil metros cúbicos de água, um volume bastante expressivo. Esse tratamento, ele consegue reter quase 3 mil toneladas de acidez. São quase 3 mil toneladas de acidez que deixam de ir para a natureza. É um montante bastante expressivo, uma retenção de um valor bastante grande de carga de acidez que deixa de ir para natureza todo ano”, destaca o geólogo sênior Centro Tecnológico da SATC, Roberto Romano Neto, que participa da equipe responsável pelo monitoramento hídrico superficial do Relatório de Monitoramento dos Indicadores Ambientais da Bacia Carbonífera.
Além de retornar a natureza, em alguns casos, a água é disponibilizada para a agricultura e indústria locais. “Hoje, nas áreas operacionais, todas as empresas têm estações de tratamento instaladas e as águas de circulação nessas unidades, que não são reaproveitadas no processo, elas retornam a natureza. Esse processo traz também um benefício bastante significativo, à medida que a alcalinidade dessas águas é bastante alta”, afirma Roberto.
Com mais de 100 anos de atividade, desde 2000, o Setor Carbonífero atua na recuperação ambiental das áreas degradadas através da ACP (Ação Civil Pública) do Carvão. O CT SATC monitora as bacias do Rio Araranguá, Rio Urussanga e do Rio Tubarão.
Dentro do monitoramento, em um dos trechos, foi possível detectar que o retorno da água tratada tem auxiliado em uma melhora na qualidade. “O Rio Mãe Luzia, que é um dos rios mais importantes da bacia do Rio Araranguá, ali próximo das áreas já recuperadas na região de Treviso, teve uma redução de 66% da carga de acidez, entre 2002 e 2021. A gente considera isso bastante significativo no que se refere a uma redução expressiva da acidez dos rios e, por consequência, da melhora da sua qualidade”, pontua Roberto.
O Setor Carbonífero atua fortemente no monitoramento e tratamento da água. “A sustentabilidade é um dos pilares do nosso segmento. Temos casos em que água, após o tratamento, é utilizada na agricultura, indústria ou disponibilizada para comunidades. Avançamos e muito na recuperação ambiental, temos carboníferas signatárias dos objetivos da ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e trabalhamos diuturnamente visando minimizar os impactos ambientais do nosso setor que gera 20 mil empregos diretos e indiretos no Sul catarinense”, finaliza Zanuz.